domingo, 25 de março de 2012

A CURTA VIAGEM ENTRE UM CRISTÃO E UM FARISEU





Às vezes pensamos que o que separa um jovem cristão de um fariseu é uma grande distância. Quando eu era mais jovem, durante a revolução dos costumes ocorrida na década de 60, pensava que havia duas coisas que me separavam de um fariseu. A primeira era o próprio fato de eu ser jovem e liberado. A segunda, o fato de eu pertencer àquela geração que transtornou os costumes moralistas ensinados durante séculos. No entanto, mesmo antes de eu encontrar Jesus, lá mesmo onde eu estava, em meio aos hippies e liberados rapazes e moças daquela geração, a hipocrisia podia ser encontrada. Depois que me tornei cristão, logo percebi que o farisaísmo não tem idade: ele se esconde em qualquer lugar, e, muitas vezes, com mais facilidade ainda sob as vestimentas religiosas.

Jesus advertiu os seus discípulos de que a condenação do fariseu não tinha paralelo entre os demais pecadores daqueles dias. As prostitutas, os publicanos, os pervertidos e os demais párias daquela sociedade – com os quais Jesus estava em permanente contato – jamais receberam tão intensas ameaças de severo juízo quanto os fariseus. Com essa afirmação eu não estou dizendo que eles não eram também passíveis de juízo, pelos seus próprios pecados. O que estou dizendo é que para Jesus, os pecados deles eram pecados mais “verdadeiros”. Nem por isso eles deixaram de estar sob o crivo do juízo de Deus; porém, com muito menor rigor, nos graus da condenação, do que o que estava prometido para o falso religioso.

Jesus disse que “por fora” os fariseus eram perfeitos; todavia, o interior era um lixo. O Senhor disse que era como alguém que só lava o prato de comida por fora e que é capaz de comer no mesmo prato sujo, a vida toda (você pode se imaginar comendo no mesmo prato sujo a vida inteira? Você pode se imaginar bebendo água num copo sujo por toda a sua vida?). E ainda: que eles eram como sepulcros pintados de branco – mostrando beleza enquanto a podridão acontecia do “lado de dentro”. Isso significa que é bastante possível que as pessoas se escondam sob as vestes religiosas para mascararem seus reais valores interiores. Muita gente, e mesmo jovens, se esconde sob o disfarce religioso a fim de pecar com mais “segurança”.

Psicologicamente falando, esse fenômeno de se esconder embaixo das vestes religiosas para pecar com mais profundidade não é totalmente estranho. Aliás, o melhor lugar para esconder nossa própria maldade é a igreja. Nós que somos membros da igreja devemos sempre ter a coragem de perguntar o que significa nossa presença no ajuntamento do povo de Deus. Isso porque na igreja há sempre dois tipos de pessoas: aquelas que escondem sua própria maldade e dureza interior sob o disfarce da fé e da moralidade, e aquelas que se conhecem como pecadoras e que escondem a si mesmas sob o sangue de Jesus. O primeiro grupo esconde a sua maldade. O segundo grupo esconde a si mesmo enquanto confessa a sua própria culpa.

A questão é: como pode isso se desenvolver? Eu ouso afirmar que o problema está nos nossos padrões de espiritualidade, os quais muitas vezes são falsos. Por isso, quando alguém está tentado a pecar, está também, automaticamente, tentado a esconder sua tentação sob o disfarce do radicalismo comportamental. Dessa forma, quase sempre os cristãos, antes de caírem numa tentação, caem em uma outra: a tentação de aparentarem uma vida que está para além da possibilidade do pecado. Obviamente ninguém fica mais vulnerável ao pecado do que aquele que não admite sua própria vulnerabilidade.

Acontece que isso é um círculo vicioso. Primeiro, a pessoa é tentada. Depois ela sente a obrigação de mascarar essa realidade. Ora, quando isso acontece essa pessoa está se condicionando psicologicamente para se tornar um hipócrita.

E que é o hipócrita, senão aquele que não assume o que é e aquilo contra o que luta? E quem consegue viver a vida inteira escondendo de si mesmo e dos irmãos as suas fraquezas sem que, de um modo ou de outro, acabe caindo diante daquilo que ele nega como sendo sua própria sedução? Daí, a inferência de que quanto mais “espiritual” for o ajuntamento cristão, mais propício ao pecado ele será. Justamente aqui nós estamos diante de um grande paradoxo cristão: bem-aventurados sejam os fracos, os mansos e aqueles que são capazes de chorar. Somente depois é que se fala dos limpos de coração. Só é limpo de coração quem limpa o coração diante de Deus e dos irmãos, mediante frequentes confissões de carência humana. Não existe tal pessoa limpa de coração que seja solitária e incapaz de constantes revisões de vida. Não existe ninguém permanentemente limpo de coração. Existem apenas aqueles que se deixam limpar mediante a confissão e a sinceridade de uma vida que não tem medo de ser suficientemente humana para confessar tendências em vez de assumir um outro lado de sua humanidade: o pervertido lado de sua humanidade-inumana, que prefere esconder tendências e viver pecados.

Quando esse tipo de comportamento se desenvolve, o que acontece é que a tendência da pessoa é assumir cada vez mais a “santidade” publicamente, a fim de compensar suas incoerências vividas nos bastidores. Daí que pessoalmente eu me impressiono muito mal com pessoas cuja ênfase na santidade me soe um tanto extravagante. Para mim, na maioria das vezes esse comportamento esconde um conflito interior justamente naquela área que se tornou um obsessivo discurso. Pessoas equilibradas tendem a falar de tudo, ao invés de se tornarem obcecadas por um discurso só. E mesmo quando alguém tem uma ênfase pessoal e particular na vida, se essa pessoa é saudável tal ênfase será vivida sem nenhum espírito de cobrança para com aqueles que não conseguem viver a vida com o mesmo peso, naquela área. Ora, tudo isso me leva a afirmar que muito daquilo que temos chamado de “consagração” na vida cristã possivelmente não passe de um atestado de nossa própria conflitividade não confessada e não assumida.

O que complica bastante a situação daquele que assim se comporta é o fato de que quando alguém vive com tal capacidade de se disfarçar, isso pode significar que ela está desenvolvendo uma profunda maldade em sua própria alma: a maldade de ser tão mal, que tenta enganar a todos sob a máscara da bondade. Vale lembrar que para Jesus esse era o mal maior na vida, o mal dos fariseus, o mal dos religiosos, o mal dos falsos profetas, daqueles que se mostram ovelhas mas que de fato são lobos.

Nós que somos pessoas da igreja precisamos urgentemente aprender que a maior mentira que se comete na vida não é aquela que se diz, mas aquela com a qual se vive. Precisamos recuperar o senso de “intimidade” e de “interioridade” das verdades do Evangelho. Temos que pedir a Deus que nos liberte das falsas e malignas noções de espiritualidade. É urgente que reassumamos nossa herança Reformada, a qual afirma nossa impossibilidade inerente para a bondade absoluta, e nos remete humildes e dependentes para a graça de Deus. Caso contrário, corremos o risco de nos tornarmos pessoas muito más. Aliás, a História está repleta de testemunhos dessa nossa capacidade de nos tornarmos mais maus do que os mais maus.

Este mal vem justamente da nossa relação com o Sagrado. Nada é mais intenso que aquilo que é divino. Quando alguém mantém uma sadia relação com o Sagrado, tal pessoa torna-se santa e bonita. De outro lado, quando a relação com o Sagrado acontece desde uma perspectiva de orgulho, autossuficiência e hipocrisia, então nada faz adoecer mais do que essa versão religiosa da maldade. Daí que Lúcifer tornou-se mau na exata proporção de sua anterior virtude. Assim, onde abundou a graça, superabundou o pecado. Nós temos afirmado esse princípio apenas na dimensão paulina: “onde abundou o pecado superabundou a graça”. Todavia, Pedro coloca a mesma verdade desde uma outra referência histórica: “o seu estado se torna pior do que primeiro”. Ou ainda: “melhor lhes fora jamais terem conhecido o caminho da verdade do que, após o terem conhecido, o abandonarem”.

Certa vez C. S. Lewis disse que o pior diabo é aquele que nós pensamos que não existe. Eu ouso, respeitosamente, contrariar esse que foi um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos, para dizer que, para mim, o pior diabo é aquele ao qual nós nos “acostumamos”. Isso porque quando alguém não sabe ou não crê que o diabo existe, está menos exposto à total força do diabo, pelo simples fato de “sinceramente” não crer ou não admitir a existência dele. Há um grande poder espiritual na verdade, mesmo que aquele que a demonstre seja um ateu. Todavia, quando alguém sabe que o mal existe como mal real e objetivo, mas a despeito disso vive em cínica indiferença para com esse poder, tal pessoa não se torna apenas vulnerável ao mal, mas se torna, ela mesma, parte da própria realidade do mal. Ninguém é mais maligno do que aquele que consegue se tornar indiferente ao poder do mal enquanto admite a sua existência. Gente assim vive uma espécie de “crente-descrença” no poder do mal. Ora, é simples inferir que é mais fácil achar gente assim domingo de manhã na igreja, do que num laboratório de ateus confessos. É mais fácil achar esses jovens cantando com as mãos levantadas num culto animado, do que nas praças. Aqueles que estão vivendo sua alienação de Deus e do diabo muitas vezes fazem isso em absoluta ignorância; mas muitos dos que lotam nossos templos cristãos e nossas reuniões são do tipo de gente que consegue “levantar as mãos ao Senhor” e depois, mesmo contra a Palavra do Senhor que eles conhecem, ser capaz de levar uma irmãzinha, companheira de louvor, “para a cama”.

Eu sei que para muita gente as afirmações que tenho feito podem soar excessivamente fortes. No entanto, não tenho o menor temor de estar equivocado a esse respeito. Tenho a própria história bíblica e a história da Igreja para confirmarem tais declarações. E além disso, é só olhar em volta para se constatar que há uma grande abundância de testemunhos contemporâneos corroborando o que estou dizendo.

Tudo o que eu disse até aqui tem a finalidade de estimular você, que deseja andar com Jesus, a coerentemente tomar a cruz e segui-lo. Não é fácil assumir as dores que vêm como resultado de uma vida sincera. É duro, o preço da verdade. Mas é a única forma de andar com Deus. É preciso ter “coragem de ser diferente”. Não diferente apenas mediante uma postura de “fachada”. É preciso ser diferente desde o coração. Só assim se edifica um “compromisso capaz de fazer diferença”.

Faz quinze anos que eu venho andando com Jesus e fazendo todo o possível para, no dia a dia, não me esquecer dessas verdades a respeito das quais acabei de escrever. Mas uma coisa tem me ajudado muito, nesses anos: a lembrança de que eu não tenho que ser, para ninguém, qualquer coisa além daquilo que Deus sabe que eu sou. Isso me ajuda a não ter medo de ser gente. Todavia, essa mesma verdade me ajuda a ser aquilo que, na graça de Deus, eu devo ser na minha “identificação gradual na História”. E quando me sinto tentado a pensar diferente, eu me lembro que os felizes, do ponto de vista de Jesus, são os que têm coragem de chorar, os mansos, os que têm fome e sede de justiça – ou seja, os que querem mais –, os misericordiosos, os que se purificam na graça de Deus, os que vivem para construir pontes entre os separados pelo ódio, e os que assumem a perseguição como o resultado mais natural da sua relação com Jesus, aquele que por viver tão diferentemente dos padrões vigentes, sofreu o preço de uma existência capaz de ser radicalmente relevante; aquele que mostrava seu brilho pessoal a poucos (transfiguração), mas que não teve vergonha de mostrar sua dor e verdade humanas a todos, na cruz.

Somente vivendo com essa compreensão evitaremos a terrível realidade de nos tornarmos hoje os fariseus que Jesus repudiou ontem. Como você viu, não há muita distância entre um jovem e um fariseu bem apessoado. Cabe a você jamais chegar lá.

Rev. CAIO FÁBIO D’ARAÚJO FILHO
Via:CaioFabio.Net

sexta-feira, 23 de março de 2012

A ZUMBIFICAÇÃO DA FAMÍLIA E A MORTE DO MUNDO!...



Um mundo sem famílias será um mundo sem amor!

Mas e não há mais famílias no mundo?...

Claro que há; mas está acabando...

Ainda há pai e mãe, apesar de que muitos são apenas progenitores, e, dia a dia, menos pais e mães de fato...

Daqui a tempos [não muitos tempos] haverá uma grande quantidade de filhos de proveta e sem pais de fato.

Hoje se vê a falta de família determinando os grandes problemas sociais nas grandes cidades do mundo...

São meninos e meninas cheios de ódio e de rancor; tomados de vontade violenta; irreverentes; prontos para qualquer coisa suicida...

Prova disso, além da proliferação das drogas químicas que matam, há ainda os crimes contra pai, mãe, avós e parentes...

O que poderá fazer o Estado em favor de uma sociedade sem famílias?...

Não basta haver progenitores ou agentes legais de paternidade e maternidade...

O que falta mesmo é a velha e saudável noção de família, de casamento, de educação, de respeito, de reverencia pelos mais velhos; e, sobretudo, falta a certeza de que pai e mãe são para sempre...

Ora, este último aspecto é o mais fundamental...

Entretanto, tal conceito está moribundo pelo fato não apenas de os pais se separarem com extrema facilidade, mas, também, em razão de que tais pais, uma vez separados, trabalham contra a antiga família...

São homens, pais, que se vão e não mais voltam...

São mulheres, mães, que uma vez separadas trabalham contra o ex-marido em relação aos filhos...

No fim o que fica são esses meninos zumbis...

Sim! Zumbis sem vida e amor; apenas prontos para os espasmos da vontade suicida e descomprometida com o sentido da vida...

Um mundo assim será uma assombração...

De fato a Terra está se tornando um lugar mal-assombrado...

É do Haiti que hoje me vem a maior inspiração para crer no poder do amor...

É a terra do Vodu?...

É o que dizem...

Todavia, apesar de tudo, na atual catástrofe se viu a poder do amor de pais por seus filhos e de filhos pelos seus pais...

Houve quem, debaixo da terra, cavasse 50 horas, sozinho, a fim de salvar um filho igualmente sob os escombros; tendo o mesmo acontecido também com filhos que viraram tatus em busca de suas mães...

Em New York tal catástrofe talvez não tivesse as histórias pessoais de amor e compromisso com pai, mãe e filhos que se viu e se vê no Haiti...

Aqui, e dizem que o Haiti não é AQUI, o que se vê é um terremoto sem abalos sísmicos, mas que faz a alma tremer de desesperança e desamor...

No processo de glacialização do amor no mundo, a morte do sentido e significado de família é o agente mais devastador...

A Grande Bomba do mundo é a existência sem família e sem amor!...

Quem acha isso “careta” haverá de ver a careta dos filhos contra os pais e dos pais contra os filhos...

Eu creio na essencialidade da família porque eu creio no Pai, no Filho e Espírito Santo!

Quem crê que Deus é amor e que Ele é Pai, Filho e Espírito Santo — esse tem que ver na família o arquétipo de tal verdade eterna, sem a qual os homens, feitos à imagem e semelhança de Deus, se tornam deuses dês-relacionados e perversos...

Quem diz que tem medo de Macumba deve saber que a maior Macumba da Terra é essa que é feita de Despachos de Filhos e de Pais...

É no desamor de tais “despachos” que o diabo cresce no mundo!...

Quanto menos amor nas famílias [...], mais diabo no mundo!

Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça!

Nele, que disse “Eu e o Pai somos um”,

Caio


Via CaioFabio.Net

quarta-feira, 21 de março de 2012

PIERCINGS, EVANGELHO E CULTURA




Piercings estão cada vez mais comuns em nossos dias.
Algo que há menos uma década era olhado com reprovação e preconceito, é hoje visto em homens, mulheres, jovens e até crianças. Se a sociedade parece estar aceitando esses adereços cada vez com mais naturalidade, os cristãos parecem confusos a respeito. Afinal de contas, a questão da aparência ainda é assunto de grande discussão e controvérsia em muitos círculos evangélicos. A primeira coisa que precisamos ter em mente quando o assunto é aparência pessoal, é que se trata de algo que muda com o tempo e com o lugar.
Usos e costumes estão diretamente ligados à cultura. Basicamente uma cultura é formada por três elementos: cosmovisão (a maneira como um povo vê o mundo), sistema de valores (o que é importante para aquele povo) e normas de conduta (o modo como um povo se comporta, e isso dizem respeito tanto à vestimenta, como ao modo de se relacionar com os outros, etc.). Culturas são diferentes de acordo com sua cosmovisão, valores e normas de conduta. Arrotar em público após uma refeição é totalmente aceitável (e até louvável) em certas culturas, e repugnante em outras. Uma mulher com os seios à mostra é normal em muitos países da África (onde a mesma mulher não pode exibir as pernas acima do tornozelo) enquanto que o mesmo é obsceno em outras partes do mundo. Beijar na boca em público é normal aqui no Brasil, mas pode levar alguém à cadeia em certos países islâmicos. Nestes mesmos países islâmicos, um homem não pode andar de mãos dadas com sua esposa, mas pode andar de mãos dadas com outro homem. No Ocidente tal prática evoca idéias de homossexualismo. E por aí vai. Todas essas coisas são formas de expressão cultural. Podem ser um insulto ou algo escandaloso para os de fora (que não fazem parte da cultura), mas não são necessariamente erradas para quem é daquela cultura. O fato é que nenhuma cultura é totalmente igual à outra e nenhuma cultura está acima da outra.

João viu no céu povos de todas as tribos, raças, línguas e nações (grupos étnicos). Todas as culturas possuem elementos que precisam ser valorizados e outros que precisam ser transformados pelo Evangelho. Sendo a aparência pessoal é uma questão de expressão cultural, esta aparência também muda de acordo com a cultura. Pinturas na face e no corpo estão presentes em diversas culturas. Na Polinésia, os nativos usam a tatuagem para escrever sua história familiar no corpo. A tatuagem e o piercing no umbigo eram comuns no Antigo Egito. Alguns povos usam piercing, brincos e outras formas de alteração do corpo (body modification ou simplesmente body modi).

O problema é que o mundo está ficando pequeno. Estamos nos tornando cada vez mais uma aldeia global. Esta globalização faz com que certos costumes que antes só eram vistos em algumas culturas isoladas e lugares remotos da terra, comecem a se tornar moda em todo o mundo. A tatuagem de henna é um exemplo recente desta realidade.E quem são os responsáveis pelo lançamento da moda em nosso mundo? Os meios de comunicação em massa, que muitas vezes mostram artistas, músicos e cantores usando determinada roupa, adereço, estilos diferentes muitas vezes copiados por nós, ou porque não dizer, copiados de nós.

Isto mesmo!!! Citando dois exemplo: Os Rapper’s americanos não inventaram um estilo de roupa e ornamentos, eles já existiam, porém foram popularizados pela mídia. A popularização de alguns costumes orientais no Ocidente teve forte influência dos Beatles, quando estavam em sua fase “Flower and Power”. Muitas das batas, camisões e pantalonas que vemos hoje em nossas ruas, praças, e até na igreja, foram uma influência direta da que é chamada a “maior banda de todos os tempos”, porém, são “politicamente aceitas” por muitas de nossas lideranças. A popularização do piercing foi em 1993 com o vídeo clipe “Cryin”, do Aerosmith, onde Alicia Silverstone apareceu com um piercing no umbigo. Uma banda de rock, uma balada romântica, uma jovem atriz linda. Elementos essenciais para fazer a moda pop ou cultura pop, que nada mais é do que uma mistura de culturas e costumes do mundo pós-moderno. Leornard Sweet, professor metodista e um dos mais interessantes pensadores cristãos de nossa época, comenta sobre tatuagens e piercings em seu e-book recente “The Dawn Mistaken For Dusk”. Ele diz que, a razão pela qual “body modi” é o assunto nº.1 nas listas de discussões e bate-papos de jovens cristãos com menos de 30 anos nos EUA, é pelo fato disto fazer parte da cultura jovem pós-moderna atual (e quase global), uma cultura onde a imagem é altamente valorizada.
A ironia disso tudo é que cirurgias plásticas e implante de silicone são coisas cada vez mais aceitas pelos cristãos modernos. Tem personalidades famosas do mundo evangélico brasileiro com o corpo siliconado.

Todavia, como diz Sweet, “Cirurgia plástica é uma forma severa de alteração do corpo. Isto é aceito, mas brincos e tatuagens, não são?”. Na Bíblia lemos à história de Isaque que deu a Rebeca uma argola de seis gramas de ouro para ser colocada no nariz (piercing) e, após fazer isto, ajoelhou-se para adorar a Deus. Penso que se o primeiro ato fosse pecado ou considerado pagão, então Isaque não teria adorado a Deus em seguida.No livro de Êxodo, percebemos que as mulheres dos hebreus usavam brincos e argolas, os quais foram oferecidos como oferta dedicada ao Senhor para a construção do Tabernáculo. Novamente, não penso que Deus aceitaria de seu povo ofertas que representassem costumes pagãos.

O texto mais intrigante para mim se encontra em Ez 16.11-12: “Também te adornei com enfeites, e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas, e linda coroa na cabeça” (ARA), onde o próprio Deus diz que adornou Jerusalém com jóias, pulseiras, colares, argolas para o nariz e brincos para as orelhas. Ao que parece, tais adornos não eram uma ofensa ao Senhor.

Uma vez que a Bíblia parece não condenar o uso de piercing, por que deveríamos nós? Nosso desafio não é condenar, mas orientar as pessoas (principalmente os jovens) para os riscos que existem em fazer estas coisas sem uma orientação profissional e cuidados de higiene e saúde. A pessoa está consciente dos riscos de inflamação, doenças contagiosas e “efeitos colaterais” diante da sociedade? Está consciente de que algumas alterações são irreversíveis e, mesmo diante da possibilidade de reversão, podem deixar marcas para o resto da vida? Mais ainda, precisamos falar sobre questões de identidade, valor pessoal e auto-imagem. Pois são estas as questões mais importantes para quem está considerando qualquer forma de alteração do corpo, seja uma plástica no nariz, implantar silicone, colocar um piercing ou fazer uma tatuagem.

Sandro Baggio


Via : Solomon


terça-feira, 20 de março de 2012

Silêncio



Silêncio. Quem o busca intencionalmente? Quem o encontra?

No silêncio discernimos melhor as vozes. Somos tomados de coragem para abandonar a tagarelice e os elogios falsos. Somos animados a buscar palavras verdadeiras, e não discursos eloquentes.

Deveria ser o silêncio o passo seguinte ao som; afinal, são irmãos. Um precisa do outro para que a vida seja compreendida.

No silêncio a alma fala mais alto que a carne.

O silêncio faz parte dos planos de Deus. Após o aguardado e temido sétimo selo (Ap 8), veio um profundo e universal silêncio. O silêncio também é revelação.

Nem perguntas, nem respostas. Há momentos em que o melhor é o silêncio. Ele ilumina as perguntas e as respostas.

Que o silêncio me encontre.

Fonte : Fatos e Correlatos